DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA CONTRA Candida albicans DE FORMULAÇÕES SEMI-SÓLIDAS CONTENDO PRÓPOLIS VERMELHA
Abstract
A candidíase vulvovaginal é uma infecção comum que ocorre mundialmente e sua incidência tem aumentado nas últimas décadas. Estima-se que aproximadamente 75% das mulheres terão a infecção pelo menos uma vez, e 40-50% delas apresentarão recorrência. A Candida albicans é isolada em 85–90% dos casos de candidíase vulvovaginal. As substâncias comumente utilizadas para o tratamento desta patologia são a nistatina e o fluconazol. Recentemente a própolis tem atraído a atenção de pesquisadores devido às suas várias atividades biológicas e propriedades terapêuticas. Tem sido muito utilizada no tratamento de infecções, redução de inflamação e promotor da cicatrização de feridas. Seus componentes podem variar dependendo da vegetação de origem, a qual as abelhas têm acesso. Em geral, a própolis é rica em flavonóides e numerosos estudos têm demonstrado suas propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas. Este trabalho foi realizado com o objetivo de estudar a atividade antimicrobiana da própolis vermelha sobre Candida albicans e desenvolver uma formulação para uso vaginal contendo essa substância. Extratos hidroalcoólicos de própolis foram preparados e os flavonóides presentes determinados usando método colorimétrico. A atividade antimicrobiana de extratos hidroalcoólicos da própolis foi determinada pelo método de difusão em disco obtendo halo de inibição de aproximadamente 13 mm em 600 μg e a concentração fungicida mínima (CFM) foi de 347,7 μg/mL. As formulações foram desenvolvidas utilizando como excipientes o creme Lanette, creme Polawax, o creme-gel Hostacerin SAF, o gel Aristoflex e o gel Natrosol (hidroxietilcelulose). A formulação com própolis vermelha que apresentou melhor estabilidade, impressão global e atividade antifúngica (halo de 16,33 mm ± 0,58) foi a desenvolvida com o creme Lanette.