A SOCIEDADE DE CONSUMO E A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES: considerações do consumo e centralidade na sociedade.
Date
2018-12-03Author
TOMAZ, Cícero José
SOUZA, Raphael Henrique Santos de
Metadata
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A proposta deste trabalho é apresentar os principais argumentos relacionados à reflexão sobre a Sociedade de Consumo, estabelecendo um percurso analítico para analisar, embora superficialmente, as relações do consumo na sociedade, identificando e estabelecendo o foco nas emoções e identidade, numa reflexão sobre este campo a partir da percepção de jovens adultos em particular pertencentes a classe D. Para isto, partimos de uma breve pesquisa exploratória, principalmente a partir de estudos que procuram fazer a revisão sobre este campo, destacamos aqui os estudos de Barbosa (2004), para a identificação dos principais estudos e autores (as) que são identificados na construção de um campo da Sociedade de Consumo, que atribui ao consumo centralidade das relações em sociedade. A perspectiva aqui delineada prioriza estudos que remetem a reflexão sobre a Sociedade de Consumo para o campo de construção de identidades e dos aspectos simbólicos. A referência a estes (as) autores (as) se fundamenta na recorrência em que são identificados neste campo. Barbosa (2004), ao se propor apresentar o estado da arte das discussões sobre a Sociedade de Consumo, destaca a importância destes autores para a formação deste campo. Este trabalho apresenta apenas uma visão em linhas gerais acerca da Sociedade do Consumo e Cultura do Consumo De acordo com Barbosa (2004) o termo Sociedade de Consumo é uma expressão muito utilizada por intelectuais, jornalistas e profissionais na área de marketing para se definir a sociedade contemporânea, o que para a autora, seria um caminho diferente de definição do atual estágio da sociedade capitalista, através da transição ou superação de uma determinada fase, caso dos termos sociedade pós-industrialista, pós-iluminista e pós-moderna.
A autora ressalta a necessidade de se tornar clara a distinção entre teorias sobre a Sociedade do Consumo e Cultura do Consumo. Isto porque o ato de produção e consumo sendo comum a todas as sociedades e formações humanas, como já alertava Marx (1985) em Formações Econômicas Pré-Capitalistas, se altera drasticamente na perspectiva de uma Sociedade de Consumo, uma vez que o termo atribui ao consumo centralidade, um potencial explicativo das relações em sociedade. O consumo se torna, portanto uma "janela" para a compreensão de múltiplos processos sociais e culturais. Existe ao se analisar a formação de um campo de produção acadêmica e cientifica sobre a Sociedade de Consumo, uma demarcação precisa entre teorias que tratam o consumo em sí e outras que tratam de uma sociedade onde as relações são estruturadas a partir do consumo. De acordo ainda com Barbosa (2004), é necessário perceber ao se usar a expressão Sociedade de Consumo, que o consumo passa então a ser entendido como um elemento definidor na reprodução social em qualquer sociedade, e que, por meio do consumo, torna-se possível discutir questões sobre a natureza da realidade. Perspectivas neste sentido ganham força a partir da década de 80, quando as ciências sociais deram segundo Barbosa (2004), importantes passos para avançar para além dos debates de cunho moralizante a respeito do consumo. Bauman (2008) destaca que ainda que o ato de produção e consumo seja comum a todas as sociedades e formações humanas, a fluidez ou liquidez atual dos vínculos seria a marca da sociedade contemporânea. A referência a "liquidez" remete para o autor ao constante movimento de desmonte da realidade herdada, constituída a partir de distinções claras, legíveis, de longa duração, que teriam caracterizado a sociedade moderna. Trabalhos que tratam da questão da sociedade de consumo/consumidores procuram levantar e analisar traços característicos e definidores dessa sociedade, tais como o fazem Baudrillard (1995), Rocha (1985), Campbell (2001), Lipovestky (1989), Veblen (1988), Douglas; Isherwood (1999).