Perfil epidemiológico das mortes por suicídio em Sergipe entre 2000 a 2015: tendência e análise espacial
Date
2016-08-09Author
GUIMARÃES, Luan Michell Lima
CARVALHO, Yasmin Freire de
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Os comportamentos autolesivos e atos suicidas configuram-se como um grave problema de saúde pública no mundo, sendo o suicídio uma das principais causas de mortes por fatores externos. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico e a distribuição espacial das mortes por suicídio no estado de Sergipe, no período de 2000 a 2015. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico, descritivo e de série temporal, através do uso de dados secundários dos óbitos por suicídio ocorridos no período de 2000 a 2015 obtidos a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). Calcularam-se as proporções das causas de suicídio segundo as categorias do CID10, X60 – X84, estratificando-se por lesões (X70-X84) e autointoxicações (X60-X69). Analisaram-se as tendências temporais por sexo e faixa etária através do modelo de regressão linear simples, calculando seu APC (annual percent change), considerando-se p < 0,05. Para a análise espacial dos dados e identificação visual de padrões de distribuição e densidade dos óbitos, foi adotado o estimador de Kernel, sendo as análises realizadas pelo software TerraView 4.2.2. Resultados: No período em estudo ocorreram 1560 óbitos por suicídio em Sergipe, sendo média de 97,5 casos por ano. Houve um crescimento (102,3%) do índice total de suicídio variando de 2,69 (2000) para 5,44 (2015) casos por 100 mil habitantes, sendo 4,83 a taxa média do período. Predominou o sexo masculino com 1160 (74,35%), numa proporção de 3:1, solteiro (64,7%), etnia parda (66,5%) sendo o enforcamento o método mais utilizado (54,7%) para ambos os sexos. Observou-se tendência de crescimento significativo para população geral (p=0,0003), sexo masculino (p=0,0003) e adultos (p=0,05). A análise espacial permitiu a construção de mapas apontando a existência de regiões com maiores concentrações de óbitos por suicídio, no entanto não foi verificada presença de autocorrelação espacial. Conclusões: Apesar das flutuações nas taxas, em geral ocorreu uma tendência crescente da taxa de mortalidade por suicídio em Sergipe. Não foi observada a presença de autocorrelação espacial para todos os anos do período analisado. Torna-se importante a elaboração de
estratégias efetivas para a prevenção do suicídio, priorizando a população de maior risco: homens e adultos jovens. As técnicas de análise espacial empregadas se configuraram como uma importante ferramenta metodológica para definição de áreas prioritárias e que necessitam de intervenção.