Estudo para caracterização de quasicristal (AlCuFe) visando aplicação na indústria do petróleo
Abstract
Os materiais quasicristalinos oferecem um novo desafio para os engenheiros de
materiais e de produção. O seu enorme potencial de aplicação é principalmente devido às suas
características incomuns, onde as suas propriedades apresentam semelhanças alternando entre
os polímeros e os metais. Dentre todas as possíveis aplicações para os materiais
quasicristalinos, a utilização como revestimento com uma ótima resistência à corrosão é uma
das mais intrigantes e de maior potencial de aplicação na indústria do petróleo.
Os custos inerentes à intervenção de manutenção dos equipamentos estáticos do setor
produtivo, além do impacto da descontinuidade operacional, já são por si só fortes razões para
se pensar em soluções que promovam um maior tempo de vida dos equipamentos e menores
intervenções. Dentre todas as ligas quasicristalinas, a liga quasicristalina AlCuFe é uma das
que tem sido bastante estudadas devido à sua particular facilidade de construção e aplicação,
além da resistência à corrosão em diversos meios corrosivos.
Esta dissertação contemplou um estudo para uma melhor caracterização a fim de
analisar a resistência à corrosão desta liga quanto aos ambientes corrosivos mais comuns do
setor de exploração e produção de petróleo, além de obter algumas propriedades mecânicas,
tais como: a microdureza e o módulo de elasticidade. Para tal, foram realizados ensaios de
módulo de elasticidade e de microdureza para a caracterização mecânica, além dos ensaios de
potencial de circuito aberto, de polarização linear e de Tafel para a análise do comportamento
corrosivo.
A faixa do módulo de elasticidade obtido da liga quasicristalina, entre 118 a 148GPa,
foi superior à faixa do módulo de elasticidade obtido da liga cristalina, entre 40,5 a 92,1GPa.
Os resultados dos ensaios de microdureza Vickers da liga quasicristalina ficaram dentro da
faixa de 800 a 1000HV, ratificando os valores apresentados por Jenks et al. (1998). No
entanto, a microdureza da liga quasicristalina não evidenciou um aumento significativo em
relação à sua análoga cristalina. Através do ensaio de potencial de circuito aberto ao longo do
tempo, concluiu-se que ambas as ligas de quasicristal e de cristal sofreram passivação,
evidenciando-se que a formação da camada passivadora está mais relacionada à natureza
química. Através dos ensaios de resistência de polarização linear e de Tafel, foi possível
calcular a taxa de corrosão para a liga quasicristalina AlCuFe, onde foram obtidas taxas de
corrosão de 2,1 x 10-4
e de 1,26 x 10-3 mm/ano. Foi realizado um planejamento experimental,
onde se verificou as influências significativas do sulfeto, do sulfato, do bicarbonato, além das
interações sulfeto-sulfato e sulfeto-sulfato-bicarbonato da água produzida no processo corrosivo