Memórias de Educadoras sergipanas: práticas escolares e cultura escolar no Município de Umbaúba-SE no período de 1955-1989
Abstract
A presente dissertação de Mestrado em Educação toma por objeto de estudo as narrativas
orais das professoras Acinete Almeida Bispo, Janete Aguiar de Souza Cruz, Josefina Batista
Hora, Maria Isabel dos Santos, Maria Lita Silveira, Maura Fontes Hora e Risoneuma Soares
Feitosa, residentes no município de Umbaúba, cidade localizada no sul sergipano; e tem como
problema: Como se configurou a educação escolar em Umbaúba/SE? As suas memórias
representam experiências vividas na família, no grupo de convívio e na instituição escolar e se
revelam potentes em possibilitar um novo processo de leitura/escrita da história da educação
de Umbaúba, quiçá de Sergipe, pois são capazes de revelar um passado alargado. O objetivo
geral foi compreender como as professoras constituíram seus modos de educar. Assim, lanço
mão dos seguintes objetivos específicos: desvelar como se compuseram as biografias das 07
(sete) educadoras pelos epítetos que lhes representam no trajeto percorrido na/pela educação e
analisar como se constituíram os modos de educar em Umbaúba no período de 1955 a 1989.
O pressuposto que persigo é que a educação escolar foi institucionalizada pelas professoras
Acinete Almeida Bispo, Janete Aguiar de Souza Cruz, Josefina Batista Hora, Maria Isabel dos
Santos, Maria Lita Silveira, Maura Fontes Hora e Risoneuma Soares Feitosa –
coincidentemente minhas professoras – pois eram estas que estavam atuando nas escolas
criadas no município de Umbaúba, fundado em 1954. A significância de tomar as
personagens para a pesquisa relacionada à história da educação de Umbaúba se encontra na
razão de que suas narrativas do viver na escola muito dizem de suas composições como
professoras. Ao me apropriar das memórias das professoras e concebê-las como fruto de
sujeito fazedor de sua própria história, busquei na História Cultural e Social Inglesa, segundo
Edward P. Thompson (1981) e Raphael Samuel (1997), respaldo teórico para operar
historiograficamente por lentes “vistas de baixo”. Para tal, fiz uso da metodologia da história
oral, segundo as análises realizadas por Alberti (2005) e Montenegro (2010), bem como das
categorias de análise: “cultura escolar”, de Julia (2001), e “Práticas Escolares”, de Faria Filho
e Vidal (2002). Assim, conclui-se que os modos de educar das educadoras aqui analisadas,
foram constituídos pelas formas como estas interagiam no ensino escolarizado, sob a égide
dos marcos normativos, e que tais professoras participaram do processo de institucionalização
da educação de Umbaúba.