Antonio Garcia Filho (1941-1999), um intelectual engajado
Abstract
No bojo da História Cultural, este trabalho tem por objetivo desvelar historicamente a trajetória
do médico, político e professor Antonio Garcia Filho (1916-1999) e suas contribuições para o
campo educacional sergipano. Nomeado Secretário de Educação, Cultura e Saúde de Sergipe
durante o governo de seu irmão Luiz Garcia (1959-1962), ele fundou em 1961, com outros
colegas, a Faculdade de Medicina de Sergipe, esta, que junto com a Faculdade de Química de
Sergipe, a Faculdade de Economia de Sergipe, a Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, a
Faculdade de Direito de Sergipe e a Faculdade de Odontologia de Sergipe, propiciou a instalação
da Universidade Federal de Sergipe, em 1967/1968. Ainda como Secretário de Educação,
Cultura e Saúde, fundou, em 1962, o Centro de Reabilitação “Ninota Garcia”, considerado, à
época, o terceiro maior centro de reabilitação do país. O Centro foi considerado uma iniciativa
avançada, pois tinha como objetivo a formação integral do indivíduo, além da recuperação do
deficiente e de sua integração ao meio social. Apoiando-me metodologicamente na pesquisa
biobibliográfica, documental e na metodologia da história oral procurarei apresentar, através da
atuação de Antonio Garcia Filho nas áreas da saúde, da educação e da política, as mudanças
ocorridas no campo educacional com a fundação das duas instituições citadas. À luz dos
conceitos de intelectual de Sirinelli (1996), de capital social e de capital cultural de Bourdieu
(2004) e de Instituição Educativa de Magalhães (2004) foi possível perceber que, com a criação e
implantação das referidas instituições, Antonio Garcia Filho se revelou um intelectual engajado
na causa da educação, para além da saúde dos sergipanos, pois com essas instituições educativas
ele contribuiu com a promoção educacional do Estado, ora formando médicos, ora promovendo
as capacitações dos cidadãos deficientes assistidos pelo Centro de Reabilitação Ninota Garcia