Avaliação postural e de amplitude de movimento em crianças com paralisia cerebral que fazem uso do dispositivo cadeira de rodas.
Abstract
Paralisia Cerebral (PC) corresponde a um grupo de desordens não progressivas, porém frequentemente mutáveis, envolvendo distúrbio motor relacionado a tônus, postura e movimento, secundário à lesão do cérebro em desenvolvimento. Este estudo justifica-se pela importância de observar as disfunções posturais acarretadas pelo uso da cadeira de rodas em crianças com PC, o que traz relevância científica por proporcionar maior conhecimento acerca desta temática, possibilitando melhor qualidade de vida da criança. O objetivo da pesquisa foi avaliar as disfunções posturais e a amplitude de movimento em crianças com Paralisia Cerebral que fazem uso de cadeira de rodas. Trata-se de um estudo observacional, transversal e de campo, com abordagem quantitativa, constituído por 13 crianças, sendo a amostra randomizada, não probabilística, selecionada por conveniência. Utilizou-se a escala SAROMM, a fim de analisar as consequências do uso da cadeira de rodas. A pesquisa evidenciou média de idade de 3,62 ± 2,36 anos, com predomínio do sexo masculino (69,23%), em que 38,46% da amostra manifestaram grau 3 de hipertonia muscular, seguido do grau 4 (30,77%). O tempo médio de utilização da cadeira de rodas foi de 8 horas diárias, sendo que a maioria (69,23%) foi adquirida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o uso contínuo da cadeira de rodas possibilitou alterações no alinhamento da coluna vertebral (5,82 ± 2,72) e na amplitude de movimento e extensibilidade (4,90 ± 1,76). Notou-se também proporcionalidade entre tempo de utilização de cadeira de rodas e instalação de desvios posturais e alterações na amplitude de movimento, com significância estatística (p =0,015). Logo, o presente estudo constatou que o uso recorrente do dispositivo cadeira de rodas desencadeou disfunções posturais e restrições de amplitude de movimento em crianças com Paralisia Cerebral.