Avaliação do benefício da prática do comer intuitivo e sua adesão nos quadros de transtornos alimentares: uma revisão de literatura.

Abstract

O comer intuitivo (CI), foi um termo criado por duas nutricionistas, do qual trata de uma abordagem antidieta, tendo como proposta ser amigo do alimento, estando em sintonia com a comida, corpo e mente. Este possui dez princípios que estimulam os indivíduos a rejeitar a mentalidade restritiva e a respeitar os sinais do seu corpo. É importante frisar que a grande preocupação da sociedade é com a aparência física, o que justifica o comportamento crônico das pessoas adotando dietas restritivas, que acabam por desordenar o padrão alimentar. Estas desordens são atitudes que possivelmente desencadeiam os transtornos alimentares (TA), estes, são quadros caracterizados por perturbações psicológicas que apresentam uma grande preocupação com o peso, além de difundir padrões, consumo e atitudes alimentares inadequadas. O objetivo do trabalho foi avaliar o benefício da prática do comer intuitivo e sua adesão nos quadros de transtornos alimentares. Trata-se de uma revisão sistemática realizada nas bases de dados eletrônica Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) via PubMed, Lilacs e BVS no período de 2010 a 2020, com os seguintes descritores: Intuitive eating AND Eating disorders. A busca foi feita seguindo os critérios de inclusão - pesquisa sobre humanos com abordagem quantitativa e qualitativa correlação entre comer intuitivo e transtornos alimentares- e exclusão -artigos que não estavam relacionados ao tema deste estudo, artigos de revisão de literatura, dissertações e capítulos de livros e editoriais, além dos artigos repetidos. Ao final, foram selecionados oito artigos para revisão, na língua inglesa. O comer intuitivo se mostrou benéfico, eficiente e de boa adesão nos pacientes que sofrem de distúrbios alimentares e/ou má relação com a comida e as sensações que elas trazem. Conclui-se que o estilo de vida do comedor intuitivo se mostrou benéfico e relevante na melhora de aspectos como relação com a comida, sensação de fome, relação com a imagem corporal e perturbações emocionais. No entanto, ainda é preeminente discutir como e por que as pessoas comem, considerando que comer é um ato social e cultural.