TERMOCONVERSÃO DA FIBRA DO DENDÊ (Elaeis sp.) EMPREGANDO ETANOL SUPERCRÍTICO
Abstract
A termoconversão à alta pressão da fibra de dendê utilizando etanol supercrítico como solvente doador de hidrogênio foi investigada no presente trabalho A fibra de dendê foi previamente caracterizada quanto ao comportamento de degradação térmica no qual apresentou três distintas faixas de perda de massa em função da temperatura. Os experimentos de termoconversão foram conduzidos em um reator tubular em processo semi-contínuo com pressão e vazão de solvente constantes (150 bar e 1 mL.min-1, respectivamente). O efeito da variação da temperatura (300 a 500 °C), taxa de aquecimento (10 a 30 °C.min-1) e tempo de craqueamento (10 a 30 min) foi investigado em relação ao rendimento de bio-óleo, gás e carvão e na composição química do bio-óleo. O rendimento de bio-óleo obtido variou entre 56 e 87 % em função da condição experimental. De maneira geral, um aumento na temperatura levou a um aumento no teor de bio-óleo bem como uma redução no percentual de gás e carvão, enquanto que um aumento na taxa de aquecimento levou a uma diminuição na conversão de bio-óleo com consequente aumento na quantidade de carvão gerado. A variação do tempo de craqueqmento não apresentou um efeito definido em relação à conversão em bio-óleo e gás. O teor de água apresentado pelo bio-óleo foi baixo variando entre 0,45 – 0,70 %. A caracterização do perfil químico do bio-óleo foi realizada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC/MS). As análises cromatográficas mostraram que o perfil químico do bio-óleo produzido é fortemente dependente da temperatura, onde foram formados majoritariamente açúcares, álcoois e compostos fenólicos para as temperaturas de 300, 400 e 500 ºC, respectivamente. O bio-óleo apresentou-se como uma matriz complexa com mais de 40 diferentes compostos identificados em algumas amostras. As análises cromatográficas revelaram ainda um bio-óleo com baixo percentual de ácidos demonstrando a eficiência da utilização de etanol supercrítico como doador de hidrogênio e como agente de esterificação dos ácidos formados durante o processo de termoconversão.