dc.description.abstract | A Doença de Chagas (DC) se destaca pelo elevado custo social incidente sobre uma parcela
da força de trabalho principalmente aquela dedicada à produção agrícola. Diante dos impactos
sociais provocados pela DC, por volta de 1940 no Brasil foram criadas medidas de ordem
sanitária a fim de controlar a endemia chagásica com foco na eliminação do vetor
intradomiciliar Triatoma infestans considerado o principal responsável pela transmissão
vetorial de Trypanosoma cruzi. Atividades de controle foram iniciadas pelo Programa de
Controle da Doença de Chagas (PCDCh) que foi institucionalizado pelo Serviço Nacional de
Malária, regido pela Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM). Apenas
em 1975 este programa obteve dimensão nacional, e a partir desta data foram delimitadas as
regiões de risco para a transmissão da DC. O objetivo deste estudo foi analisar as ações dos
Programas de Controle da Doença de Chagas e de Melhoria Habitacional no estado de
Sergipe entre os anos de 1998 a 2015. Foi realizado um estudo retrospectivo, transversal de
caráter quantitativo em 15 municípios através de levantamento de dados dos Programas de
Controle da Doença de Chagas (PCDCh) e de Melhoria Habitacional em duas instituições
públicas: Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). A
análise dos dados foi realizada utilizando o programa Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) versão 16.0. Foram incluídos neste estudo os municípios classificados entre
11 e 24 de acordo com o grau de risco para o desenvolvimento da doença de Chagas bem
como aqueles que foram contemplados com projetos de melhoria habitacional. Dos 15
municípios que participaram da pesquisa apenas 4 não registraram atividades do PCDCh. O
município de Canindé de São Francisco localizado no território do alto sertão sergipano
realizou maior número de cobertura (375 visitas) do PCDh em relação a Muribeca, 8 visitas
(Baixo São Francisco) e Umbaúba, 6 visitas (Sul Sergipano). A respeito do Programa de
Melhoria Habitacional instituído pela FUNASA, a região metropolitana de Aracaju apresentou
o maior percentual de obras concluídas (67,7%) e o maior numero de trabalhos em progresso
(33,3%). Por outro lado, a cidade que demonstrou o maior número de obras não concluídas
foi uma do médio sertão, com 70% das obras inacabadas. Assim, o PCDCh apresenta
algumas fragilidades no sistema de informação, ausência de manual com medidas de controle
vetorial direcionado a Equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF). No que diz respeito a
aplicabilidade do PCDCh foi observado a descontinuidade do processo de trabalho
evidenciado através das lacunas nos registros fornecidos pelos municípios. Em relação ao
Programa de Melhoria Habitacional, este contribuiu com a salubridade das casas da
população, porém houve paralisação e não execução de projetos que influenciaram na
dificuldade de cobertura integral das áreas de risco. Diante das fragilidades dos programas é
sugerida a ampliação de recursos humanos através da oferta de transporte e materiais de
insumos para aplicabilidade das atividades com reforço de monitoramento das ações
realizadas em cada município. | pt_BR |