EFEITOS DA CINESIOTERAPIA ASSOCIADA AO BIOPRODUTO À BASE DO ÓLEO ESSENCIAL DA Alpinia zerumbet SOBRE O COLÁGENO DOS TECIDOS MUSCULARES ESPÁSTICOS DE RATOS PÓS-LESÃO MEDULAR
Abstract
A lesão medular (LM) é uma condição neurológica que envolve a interrupção parcial ou total do trânsito neuronal pela medula espinhal e pode resultar em deficiência física grave. A espasticidade é o transtorno mais incapacitante para o indivíduo pois limita a mobilidade e a funcionalidade do paciente. Trata-se de um conjunto de sintomas caracterizados pela exacerbação dos reflexos de estiramento, o que resulta em hiperreflexia e aumento do tônus muscular. As alterações no colágeno muscular estão presentes em músculos espásticos. O bioproduto derivado da Alpinia zerumbet tem ação antiespasmódica e reguladora da concentração de cálcio no músculo, bem como no alinhamento das fibras de colágeno. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da cinesioterapia associada ao bioproduto à base do óleo essencial da Alpinia zerumbet (OEAz) sobre o colágeno dos tecidos musculares espásticos em modelo murino. Trata-se de uma pesquisa experimental realizada com 30 ratos (Wistar) divididos em cinco grupos de seis animais: grupo Az (tratado com bioproduto), FT (tratado com fisioterapia), FTAz (tratado com a associação bioproduto e fisioterapia), CTR (controle 1 - sem realização de tratamento) e SHAN (controle 2 - sem lesão medular). Procedeu-se laminectomia a nível da nona vertebra torácica seguida de lesão medular compressiva (exceto no grupo SHAN). Foram realizadas análises comportamentais identificando ausência de disfunções neurológicas do grupo SHAN, bem como total recuperação após 21 e 28 dias dos grupo Az e FTAz respectivamente. O grupo FTAz foi o único a não apresentar diferença estatística quando comparado ao grupo SHAN, indicando recuperação funcional dos animais tratado com associação do bioproduto baseado no OEAz e cinesioterapia. A análise histomorfológica indicou predominância do colágeno tipo III caracterizada como frequente e tipo I como razoável no grupo FTAz, com aumento da espessura do colágeno no grupo CTR. Encontrou-se forte e inversa correlação entre espessura do colágeno tipo I do perimísio com os testes comportamentais BBB e CM. Assim, pode-se concluir que a utilização de exercícios fisioterápicos associado ao bioproduto à base do OEAz mostrou-se eficaz para reverter as alterações na espessura e organização do colágeno causadas pela espasticidade após LM em modelo murino.