EFEITO ANTITUMORAL INDUZIDO POR APOPTOSE E AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS TOXICOLÓGICOS DO EXTRATO AQUOSO DE Punica granatum Linn EM MODELO MURINO
Abstract
A quimioterapia é uma forma de tratamento antineoplásico que, por não apresentar
seletividade, tem ação em todas as células ciclantes do organismo, causando vários
efeitos colaterais. Em vista disto, pesquisas envolvendo produtos naturais vêm sendo
realizadas na busca de terapias adjuvantes alternativas aos quimioterápicos sintéticos.
Tem sido demonstrado que extratos de Punica granatumL. apresentam importante
atividade antitumoral. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar o efeito da
administração do extrato aquoso da casca de Punica granatumLinn (EAPG) sobre o
crescimento tumoral de células de Sarcoma 180 em camundongos. Para tanto, o
EAPG foi submetido à análise cromatográfica (CLAE) para identificar e quantificar os
compostos químicos majoritários. Para o ensaio biológico, células de s-180 foram
transplantadas para 60 camundongos divididos em 05 grupos (n=12): (CTL–), tratados
apenas com solução salina; (CTL+) tratados com 5-Fluoracil (5-FU); e os grupos
tratados com 10, 25 e 50 mg/Kg de EAPG (PG10, PG25 E PG50, respectivamente).
Após sete dias os tumores foram produzidos e posteriormente os animais foram
eutanasiados, realizando concomitantemente a excisão dos tumores, bem como dos
órgãos de interesse, tais como fígado, rins e baço, em que posteriormente estes foram
pesados e processados histologicamente. Também foram avaliados o leucograma e
indicadores bioquímicos de função renal e hepática dos animais. Os dados foram
analisados por meio do teste ANOVA com extensão post-hoc de Tukey. Apenas o 5-
FU induziu redução na massa corpórea dos animais experimentais (p<0,05). Todos os
tratamentos testados promoveram redução na massa tumoral em relação ao
tratamento com solução salina (p<0,001), sendo a taxa de inibição de crescimento das
doses de 10 e 50 mg/kg estatisticamente comparáveis ao 5-FU (p>0,05). O 5-FU
promoveu atrofia esplênica e leucopenia, alterações não produzidas pelo EAPG. As
doses de 25 e 50 mg/kg do EAPG, bem como o 5-FU, promoveu alterações
bioquímicas compatíveis com distúrbios funcionais renais (p<0,05). Concluiu-se que a
administração intraperitoneal do EAPG nas doses de 10, 25 e 50 mg/kg apresentou
atividade antitumoral em modelo experimental murino com células de sarcoma 180
transplantado, sendo as doses de 10 e 50 mg/kg as mais eficazes. No entanto, os
dados bioquímicos sugerem toxicidade renal nas duas doses mais altas testadas neste
estudo.