AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM ADULTOS NO ESTADO DE SERGIPE
Abstract
Na atualidade, vivencia-se o aumento da longevidade que traz um acréscimo dos riscos a doenças cerebrovasculares. Dentre esses agravos, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem sido caracterizado como maior causa de incapacidade entre os adultos. O AVC pode ocasionar comprometimentos motores, sequelas na deglutição e na linguagem. Desta forma, este estudo objetiva a conhecer a ocorrência de distúrbios de linguagem em indivíduos que sofreram AVC, como também, a diagnosticar o tipo de alterações de linguagem; verificar a relação entre os distúrbios de linguagem com gênero, escolaridade, idade, estado civil, fatores de risco associados, tempo de AVC e quantidade de AVCs; e caracterizar a influência das alterações de linguagem nas relações sociais das pessoas. A coleta dos dados foi realizada através da avaliação da linguagem de todos os pacientes acometidos por AVC, atendidos no período de fevereiro a agosto de 2012, no setor de fisioterapia de centro de referência em educação e saúde do Estado de Sergipe, aplicando-se um instrumento baseado no Teste do Rio de Janeiro (2005). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e probabilística, utilizando a distribuição de frequência, cálculos da média, desvio padrão e percentis, do Teste U de Mann-Whitney e Qui-Quadrado. Foram encontrados 31 indivíduos, de ambos os gêneros, com idade variando entre 30 a 94 anos. Desse total: 53,8% eram homens e 42,5 % mulheres; 51,6% apresentavam idade até 65 anos e 48,4% acima de 65 anos; 58,1% tinham a escolaridade até fundamental incompleto e 41,9% acima de fundamental incompleto; os pesquisados sem companheiro referiram maior média de tempo decorrido de AVC, em relação aos com companheiro; 71% afirmaram ter pelo menos um fator de risco associado ao AVC; 83,9% ressaltaram limitação das atividades de vida diárias e 16,1% não. Uma parte da amostra (19%) apresentou afasia de compreensão grave, 16% moderada, 55% leve e 10% compreensão normal. Foi verificada afasia de expressão de grau leve em 39% da amostra, moderado em 9,5%, grave em 9,5% e expressão normal em 42%. Identificou-se que o gênero masculino, pessoas com idade até 65 anos e com escolaridade até fundamental incompleto foram mais acometidos por afasia e apresentaram maior pontuação em todos os testes realizados. Foi evidenciado, também, que as alterações linguísticas dos afásicos levam à limitação das atividades de vida diárias.