AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DE COMUNIDADE PESQUEIRA SERGIPANA
Abstract
A pesca é uma atividade desgastante e que traz riscos à saúde dos profissionais que a realizam. O estudo teve como objetivo analisar as condições de saúde e qualidade de vida de comunidade pesqueira sergipana. A amostra foi composta por 370 indivíduos residentes em comunidade pesqueira do Mosqueiro, município de Aracaju/SE. Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados o Questionário de Qualidade de Vida SF-36, um roteiro de avaliação clínica e um questionário com dados sociodemográficos. Para análise de dados, foi utilizado o teste ANOVA, o teste qui-quadrado, o teste T e a correlação de Pearson. A maioria foi do sexo feminino (62,2%), com idade variável entre 18 e 89 anos com média de 42,03 anos (±16,65). Aproximadamente 70% da amostra populacional foi composta por pescadores e ex-pescadores, 65,1% das famílias tem renda mensal entre um e dois salários mínimos, possuem escolaridade baixa, sendo que a maior parte deles havia estudado apenas até o ensino fundamental incompleto. Quanto à qualidade de vida, os resultados obtidos da média dos escores foram: capacidade funcional 73,58, aspectos físicos 61,18, dor 40,48, estado geral de saúde 63,10, vitalidade 65,97, aspectos sociais 81,81, aspectos emocionais 68,53 e saúde mental 68,98. Observou-se que aproximadamente 40% (147) dos indivíduos apresentaram sinais correspondentes a hipertensão. Quanto ao índice de massa corpórea (IMC), 36,2% (134) encontravam-se eutróficos, 33,7% (125) pré-obesos e 22,43% (83) foram considerados obesos grau I, II e III de acordo com a classificação do estado nutricional da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em relação ao consumo diário de alimentos, 88,2% citaram consumir feijão, 80,3% arroz, 47,8% leite e 52,2% farinha. Percebe-se um alto consumo de carboidratos e leguminosas na alimentação diária, corroborando com o alto índice de massa corpórea da população. É necessário acompanhamento clínico nestas populações com potencial risco a saúde para que detecte as necessidades básicas da comunidade para tratá-la de forma integral, sem haver intervenções que promovam perdas significativas na sua identidade cultural, resultando em uma população saudável e com boa qualidade de vida.