O CUIDADO COMO ELO ENTRE A SAÚDE E AS INFECÇÕES PARASITÁRIAS EM CRECHES
Abstract
As parasitoses constituem um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil, principalmente quando acomete à comunidade infantil. A imunidade reduzida, precários hábitos de higiene, além da falta de saneamento básico e contaminação ambiental favoreceram a proliferação desses agravos à saúde. Mediante essa realidade brasileira, surgiu o interesse em desenvolver um estudo que identificasse a ocorrência de parasitoses em crianças de um a quatro anos nas creches municipais de Aracaju - SE, bem como os fatores expositores a essas infecções. A amostra foi composta por 276 crianças (n= 276) nas quais foram realizados seus exames coproparasitológicos e avaliados seus dados antropométricos. Para rastrear os fatores expositores, foram utilizados questionários semi–estruturados. Os resultados obtidos demonstraram que nas dezoito creches, a ocorrência de enteroparasitoses foi de 44,50% e ectoparasitoses de 31,20%. Em relação aos parasitos mais freqüentes na amostra, evidenciou-se 21,70% para o helminto Ascaris lumbricoides e 18,20% para o ectoparasita Pediculus humanus capitis. Ao associar-se os enteroparasitas com as variáveis de baixo peso infantil, faixa etária de três anos, ruas não pavimentadas e renda familiar baixa, obteve-se diferença significante (p<0,05). Os ectoparasitas, quando associados ao baixo peso das crianças apresentou (p< 0,05). O perfil sócio - econômico dos sujeitos pesquisados demonstrou que, 88,60% das residências foram de alvenaria, 51,60% possuíam casas próprias, 97,50% tinham água proveniente de rede pública de abastecimento, 42% apresentavam renda familiar de um a dois salários mínimos, prevaleceu à opção laboral informal 43% para os pais e 46,70% para as mães. O grau de escolaridade detectado foi 31,90% para o ensino fundamental completo e 30,40% para o ensino médio incompleto. Acerca dos conhecimentos para o ensino sobre parasitoses 73,80% dos responsáveis não responderam de forma satisfatória. Os resultados obtidos neste estudo demonstram a necessidade de uma reestruturação no processo de educação em saúde e novas propostas de políticas públicas em Aracaju/SE.