Desterritorializações docentes: casos de uma educação menor
Abstract
Um exercício docente com ética e disponibilidade é um ato de posição no mundo. Por isso
pode estar para além de ser tão somente um trabalho. A escola por sua vez pode ser um
espaço de transgressão, de resistência ao instituído, ao que está posto. Necessita ser um
espaço das ensinagens e aprendizagens. Invadido por essas idéias, submerso em suas forças,
me coloquei no desafio de acompanhar as experiências de aprendizagem de dois projetos
escolares em duas escolas da Rede Estadual de Sergipe, seus aspectos institucionais,
pedagógicos e subjetivos, objetivando pensar a aprendizagem nessas práticas, me propondo,
ainda, visualizá-las enquanto exercício de uma educação menor. Nesse intento, e
reconhecendo a natureza permanentemente mutante dos objetos e dos ambientes onde eles se
deslocam, metamorfosenado-se, optei pela cartografia como um método-estratégia de se
colocar no campo da pesquisa, na pesquisa, com a pesquisa. Como a idéia era acessar os
movimentos que constituem a aprendizagem, a escola, suas práticas; fui buscar na maquinaria
conceitual de Gilles Deleuze e Félix Guattari pistas para compor esse meu plano. Vi que
ambos os projetos apresentam linhas de ruptura com a arquitetura curricular nas duas escolas.
Que estão assumindo uma postura onde pensam o conhecimento como um fenômeno
complexo passível de ser produzido por distintos caminhos, por caminhos múltiplos. Eles
fizeram a opção pelas linguagens artísticas como forma de produzir e acessar as coisas do
mundo. E estão exercitando a aprendizagem como coisa em si. Não se trata de aprender isso
ou aquilo, mas de aprender